Musica (electrónica) bem passada



Metope - Kobol (2005)

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Há umas semanas, numa after-party improvisada em casa de amigos, após o live PA dos senhores Clippers (a saber: Metope e Basteroid) no Via Club em coimbra tive a oportunidade de falar sobre este àlbum com o próprio autor. Na altura, pareceu-me que com toda a razão, enalteci bastante o seu "Libertango" de 2004, em que um loop bem apanhado de uma música de Grace Jones em cima de um tech-house minimal muito bem produzido, muito ao estilo da Areal Records (Oh my god it's the bassline again), atira o tema para a esfera dos clássicos instantâneos. Neste Kobol de 2005 a produção meticulosa é também apanágio, no entanto não sinto em nenhuma faixa o rasgo de brilhantismo do Metope de 2004 (Alphafrog, Testcrash), é possível que o universo de metope tenha mudado bastante com a popularidade dos seus 12", no entanto não me pareceu nada inchado nem convencido da sua fama mas parece-me que terá avançado cedo demais, sem um objectivo claro, para a edição do primeiro álbum em nome próprio. Não deixa no entanto de ser um trabalho recomendável, não só para quem se interessa pelos ambientes tech-house, mas também para todos os seguidores da musica de dança em geral. Os temas mais orientados à pista de dança são bombásticos,vide faixa 3 - Nashville (Oh my god that bassline) ou faixa 6 - M1D1 e é sem dúvida o maior sucesso comercial da Areal até à data (which is nice) mas, sem conseguir por o dedo na ferida, há qualquer coisa de que sinto falta neste trabalho. Fosse esta edição uma colecção de singles 12" e seria excelente, mas não é e teria sido bom que Michael Schwanen procurasse uma definição sonora maior, tivesse encontrado definitivamente o "seu" som antes de lançar um álbum e assinar por baixo, ao invés de compilar 10 dos seus melhores temas e dizer: Aqui está!


Boards of Canada - Trans Canada Highway

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Há qualquer coisa nos BoC que os torna únicos e especiais aos ouvidos de muitos, inclusive aos meus, editando já desde 1987 (em formato cassete), a dupla de irmãos Michael e Marcus (oriundos da Escócia e não do Canadá), numa altura em que as experimentações electrónicas eram muito mal sucedidas comercialmente (se é que existiam de todo) e a variedade musical dos tops bastante reduzida, consegue mais uma vez arrebatar-me. Descobri-os com o fantabulástico "Music has the right for children" em 1998, e continuaram a surpreender-me até aos dias de hoje. Não se pode dizer que o EP "Trans Canada Highway" seja uma viragem ou inovação no som dos BoC, no entanto parece-me um dos mais originais registos deste projecto até à data, "Skyliner" (uma faixa que tem andado em repeat por estes lados) é um diálogo melódico que impressiona, quase assusta, com um baixo hipnótico que se arrasta ao longo de todo o tema. "Dayvan Cowboy" (tema também presente no último álbum de originais "The Campfire Headphase") deu origem ao primeiro vídeo de sempre destes rapazes e é um excelente exemplo de como se transformam uns acordes de guitarra numa viagem intergaláctica. Os únicos rivais capazes de competir com os BoC nesta zona sonora serão os Air, de quem gosto muito também, mas isso é uma conversa para mais tarde. Para a história fica mais um registo intenso e relaxante, contido e explosivo, a banda sonora ideal para orbitar a terra.


Fuzzion - Black Magic

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Bom! Isto seria o que eu teria para dizer a alguém que me perguntasse que tal achei o álbum de estreia de Fuzzion, Black Magic, e talvez acrescentasse num tom mais enfático: "Muito Bom!". E pronto, lá iria eu à minha vida sem pensar mais no assunto... Mas não, isto não é apenas uma conversa de café, tive muito trabalhinho para meter isto com um aspecto mais ou menos decente e espero que as minhas palavras (presentes e futuras) sejam o farol pelo qual se guiam os fanáticos da música electrónica mais dançável!!!
- Mas este álbum não é assim tão dançável como isso - dirão alguns mais atentos, e é aí que eu discordo, a mente também dança e o ritmo hipnótico que perpassa por este álbum é um apelo inegável ao movimento dos corpos, não tendo um estilo definido, este senhor move-se com muito à-vontade por terrenos mais techno, tocando o psychill e o progressivo (trance progressivo entenda-se) criando com beats minimais e melodias simplicíssimas ambientes que tanto se poderiam adaptar ao bar da esquina mais próxima, como ao inicio ou fim de uma sessão "para abanar o esqueleto". A sensibilidade (e habilidade para a exprimir) do senhor Vladimir Kozlov é muita e de tal forma combina estilos e influências que não hesito em considerar já este um dos discos do ano.


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